SUINOCULTURA NA BAHIA

A suinocultura na Bahia sempre foi uma atividade de subsistência e complemento de renda de pequenos e médios produtores. Entretanto a partir das décadas de 60 e 70 tivemos o surgimento de várias granjas em muitos municípios justificando a procura e demanda pela carne suína no estado. A oportunidade de negócio supostamente rentável devido ao ciclo curto de produção quando comparado com a produção convencional de bovinos levou muitos empresários a investirem na atividade.

Como o estado possui grande parte do seu território em condições de semi -árido, a produção de grãos durante décadas foi baixa e desta forma a ração para suínos e aves sempre foi uma limitação para o desenvolvimento da avicultura e suinocultura na Bahia.

Os fatores que contribuem constantemente de forma negativa ao desenvolvimento da suinocultura na Bahia e no Brasil foram:

1. Publicidade negativa quanto a gordura e colesterol da carne;
2. Cultura passada entre gerações referente ao risco de contrair doenças proveniente da carne suína;
3. Aspectos religiosos de proibição do consumo por se tratar de carne pecaminosa, animal sujo;
4. Baixa oferta de cortes adequados ao consumidor moderno, que deseja porções menores e já temperadas;

Com a variação de preços pagos ao suinocultor sempre abaixo ou muito próximo do custo de produção, com as incansáveis propagandas e divulgações do risco que a carne de suíno representa a saúde humana, foi sendo construido um cenário que faz com que o consumidor na hora da escolha, estabeleça a carne de suíno como uma das últimas opções. 

A partir da década de 90 tivemos uma expansão no oeste do estado da área cultivável através de tecnologias avançadas e irrigação o que levou a um grande incremento na produção de grãos e que permitiu uma posição de destaque no país.

Sendo assim, tem sido cada vez mais possível a expansão da suinocultura no estado da Bahia, já que os principais grãos para o balanceamento das rações são produzidos aqui mesmo, diminuindo custos e melhorando a logística.

É comum encontrarmos muitas instalações de granjas projetadas para um grande nº de matrizes, que foram abandonadas, quando o produtor se deparou com as dificuldades na aquisição de insumos, logística de saída dos suínos prontos para o abate, baixo preço pago pelo kg da carne e períodos de queda no consumo.

As questões ambientais também representam limitações aos antigos e novos suinocultores no estado. Quando a granja não está em conformidade com a legislação ambiental, acaba sendo multada ou mesmo impedida de ser construída devido a não conceção de licença.

Atualmente temos na Bahia o melhor cenário para a suinocultura nos próximos anos devido a vários fatores.

Principais vantagens do estado para desenvolvimento da atividade:

1. Grande produção de grãos no oeste o que viabiliza a fabricação de ração com preço mais competitivo;
2. Grandes faixas de terras para instalação de granjas;
3. Oferta de água nas principais bacias que cortam o estado;
4. Incentivo das políticas públicas do estado para desenvolvimento da suínocultura na da Bahia;
5. Aumento da demanda de carne suína através de publicidade e criação de produtos atrativos para os consumidores, como novos cortes em tamanhos menores e já temperados, prontos para preparar e em porções adequadas para uma refeição de família.

O estado da Bahia representa atualmente um grande potencial de desenvolvimento da avicultura e suinocultura fundamentado principalmente pela grande produção de grãos na região oeste. Será possível dentro de alguns anos o incremento da produção de frangos de corte, ovos e suínos que deverá através do atendimento das exigências internacionais fornecer produtos de qualidade para a Europa e Ásia que representam os principais destinos das exportações Brasileiras.
Os novos profissionais das ciências agrárias que entrarão no mercado de trabalho nos próximos anos terão um cenário desafiador e com grande oportunidades já que a suinocultura é um dos ramos da zootecnia que demanda mão de obra qualificada e muito bem treinada de nível superior e técnico.